ATA DA SEGUNDA SESSÃO ESPECIAL DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 06-4-2010.
Aos seis dias do mês de abril do ano de dois mil e
dez, reuniu-se, na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, na
Avenida José Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove
horas, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, a
qual teve como mestre de cerimônia o senhor José Luís Espíndola Lopes,
destinada a debater questões de interesse da comunidade da Região 01 –
Humaitá/Navegantes. A seguir, foi anunciada a composição da Mesa e o senhor
Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Em
continuidade, foram realizados debates acerca de questões de interesse da
comunidade da região, com pronunciamentos de vereadores e de representantes de
entidades da sociedade civil organizada. Também,
durante os trabalhos da presente Sessão, foram recebidas reivindicações da
população a serem posteriormente encaminhadas aos órgãos competentes por
intermédio da Ouvidoria da Câmara Municipal de Porto Alegre. Durante a
Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Dr. Raul,
Elias Vidal, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben
Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Às vinte
e uma horas e dezoito minutos, o senhor Presidente agradeceu a presença de
todos e declarou encerrados os trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelo
vereador Nelcir Tessaro. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Informamos
que as inscrições para a realização de pronunciamentos, durante a Sessão de
hoje, por parte da comunidade, estão abertas aqui junto ao palco, dando-se
preferência para entidades associativas, associações e outras entidades. Muito
obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Senhoras e senhores, boa-noite. Passamos à leitura do Edital (Lê.):
“Sessão Especial da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, no uso de suas atribuições legais, comunica à
comunidade porto-alegrense a realização de Sessão Especial dia 6 de abril de
2010, às 19 horas, no Senat - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte,
Humaitá, localizado na Av. José Aloísio Filho, nº 695, com a finalidade de
debater questões de interesse da comunidade da Região 01 – Humaitá/Navegantes.
Gabinete da Presidência, 18 de março de 2010. Ver. Nelcir Tessaro, Presidente.”
Convidamos para
compor a Mesa desta Sessão o Exmo Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; Ver. Dr. Raul; Ver. Elias Vidal; Ver. João
Antonio Dib; Ver. Paulinho Ruben Berta; Ver. Reginaldo Pujol. Prestigiam esta
Sessão o Sr. Deputado Estadual Raul Carrion; o Sr. Presidente da UAMPA, Sandro
Chimendes; a Srª representante do Departamento Municipal de Habitação, Carla
Zambiazi; a Srª Secretária Municipal Interina de Coordenação Política e
Governança Local, Mitsue Adachi Ávila de Oliveira; a Srª representante da
Secretaria Municipal de Educação, Jacqueline Krampe; o Sr. representante da
Secretaria de Mobilidade Urbana do Município, Paulo Ramires; o Sr.
representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Walter Eichler; o Sr.
representante do Departamento Municipal de Águas e Esgoto, DMAE, Flávio
Presser; Sr. representante do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, Eduardo
Rava de Campos.
Está com a palavra o
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro.
O SR. NELCIR TESSARO: Boa-noite a todos.
Mais uma vez quero aqui saudar a presença do nosso Deputado Raul Carrion,
cumprimentar o Secretário Presser, a Secretária Mitsue, os representantes de
todas as Secretarias que aqui estão presentes, as comunidades em geral e nossos
Vereadores já citados. Estamos aguardando os demais Vereadores. Convido o Ver.
Pujol para participar da Mesa.
Hoje estamos
promovendo a nossa 2.ª Sessão Especial Itinerante da Câmara de Vereadores. Esta
Sessão tem a finalidade de debater com a comunidade, ouvir as representações da
região, as suas ansiedades, os problemas da região, as soluções, principalmente
da região Humaitá/Navegantes, que é uma região que está crescendo. Temos diversos
empreendimentos surgindo em Porto Alegre, e há preocupações das comunidades com
as contrapartidas. Temos o complexo da Arena do Grêmio, que também está em
construção aqui no 4º Distrito, e precisamos ouvir a comunidade sobre o que ela
pensa desse empreendimento, o que esse empreendimento poderá trazer de retorno,
as suas contrapartidas, enfim. Estamos aqui para ouvir a comunidade.
Queremos informar a
todos que esta reunião será inteiramente gravada. Vamos extrair uma Ata do que
ocorrer aqui. Vamos encaminhar essa Ata para o Executivo, para o Sr. Prefeito
Municipal, para que ele tome conhecimento e informe os seus Secretários sobre o
que falaremos, para que a finalidade desta reunião seja atingida, ou seja, que
se possa ouvir Porto Alegre. Queremos ouvir todas as comunidades. Queremos
fazer com que a Casa do Povo se mude para as regiões da Cidade, para a
população poder ter vez e voz. É isso que queremos no dia de hoje.
As inscrições já
foram iniciadas. Temos sete inscritos até o momento. Teremos 12 inscrições na
sua totalidade. É o limite. Concederemos cinco minutos para cada
pronunciamento. Vamos chamar as pessoas, elas deverão se dirigir à tribuna,
manifestar-se e identificar-se, inclusive citando qual comunidade estão
representando, para que fique bem claro nas anotações e para que, assim,
possamos anotar com clareza as suas reivindicações e saber se a pessoa pertence
à região na qual está sendo realizada hoje a nossa Sessão Especial.
Sr. Alcione Pereira,
do Centro Comunitário Entrada da Cidade, seja bem-vindo. O senhor tem cinco
minutos para fazer a sua manifestação.
O SR. ALCIONE PEREIRA: Boa-noite a todos;
boa-noite ao Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, e, saudando-o,
saúdo toda a Mesa. Recebi o convite para vir aqui hoje, eu represento o CCEC –
Centro Comunitário Entrada da Cidade, que é onde tem o campo do SESI, na Vila
Farrapos, onde tem o ginásio – que não foi terminado. E parece que o Prefeito,
que substituiu o Fogaça, o Fortunati, já está a par do assunto. E eu gostaria
de mostrar a vocês este folheto que me deram, ele diz: “Atenção Moradores do
Humaitá e Navegantes”. Eu estava me perguntando até onde vai o Navegantes, até
a Ponte do Guaíba? Até a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, ou até o trem?
Então, aqui constam o Humaitá e Navegantes, mas deveria também constar o nome
Vila Farrapos. E o complexo da Vila Farrapos são várias vilas no entorno da
Vila Farrapos, e tem um pessoal aqui que é morador da Vila Farrapos, e estão me
dando este apoio para dizer isto a vocês: a Vila Farrapos é uma vila de
moradores, é uma vila de gente pobre, de gente honesta, de gente boa, e merece
também todo o apoio das autoridades aqui pressentes. Eu peço a todos que olhem,
que um dia venham dar uma olhada na Vila Farrapos. O que está faltando ali para
nós, moradores? Por exemplo, na Avenida Camozzato, que não é avenida, é
uma rua, não tem um quebra-mola ali - é asfaltada, a rua. A sinaleira que tem
ali – eu acho que todos passaram por ali –, em frente a garagem do ônibus, está
malcolocada; a Avenida A. J. Renner iria ser duplicada, ou vai ser duplicada.
Será que a Prefeitura está esperando a verba da Empresa OAS, que vai fazer a
Arena do Grêmio, também para duplicar essa Avenida superimportante?
Então, são
reivindicações que eu faço, porque, ali, na Vila Farrapos, nós não temos
orelhão, não temos lixeiras; faltam médicos no Posto de Saúde, não tem médico
ali. O pessoal, para conseguir uma ficha, tem que chegar às 4h da manhã ou
passar a noite ali. São coisas que eu digo a vocês, de coração: nós temos que
melhorar, aqui é a Entrada da Cidade. O que vai ter aqui? Vai ter um campo de
futebol, que não é do meu time, mas vai ser uma coisa maravilhosa – eu acho –
para todo o mundo; mas a Ponte do Guaíba também vai “cair” para cá; a Rua
Voluntários da Pátria também está sendo estendida até o trem. Isso para nós,
obras viárias, é muito importante; o Rodoanel, que começa em Sapucaia e “cai”
aqui também no Humaitá, não se sabe se vai “cair” do lado de lá da Voluntários
ou se vão interromper a freeway para
o Rodoanel “cair” aqui... Enfim, a Entrada da nossa Cidade tem que ser
melhorada, gente, nós temos que ter um discernimento muito importante para
saber que aqui começa, no meu pouco entendimento, Porto Alegre; aqui é o início
de tudo. Então, a minha reivindicação é para que vocês tomem consciência disso
tudo e saibam que nós, moradores da Vila, estamos lutando, estamos com vontade
de ver nossas famílias morarem bem, necessitamos ter onde nos socorrer. Nós não
temos uma farmácia 24 horas aqui; o posto policial, não vou falar muito sobre
ele, já levou até tiro. Tem que haver modificações, e essas modificações,
partindo da Câmara de Vereadores, devem ser levadas ao Prefeito de Porto
Alegre, quiçá ao Governo do Estado, até porque agora é uma época de campanha, e
nós estamos contentes que isso esteja acontecendo, mas talvez daqui a quatro
anos vá acontecer de novo, e a gente vai ficar esperando. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero
saudar aqui a presença, entre nós, do nosso parceiro que sempre trabalhou
conjuntamente para a divulgação destas Sessões itinerantes, Sandro Chimendes, que é o Presidente da UAMPA. Eu quero,
também, comunicar a todos aqueles que não conseguiram fazer as suas inscrições
ou os que também tiverem alguma demanda individual, não aquelas coletivas, que
a nossa Ouvidoria está aqui presente, está aqui ao lado, o Ivan e o Jorge estão
aí justamente para ouvi-los; há a ficha de preenchimento, a qual será
cadastrada junto à Câmara de Vereadores, e aí as pessoas terão suas respostas
futuramente. Então, a nossa Ouvidoria está presente para atender a todos que
necessitarem.
O segundo inscrito é
o Sr. Itamar Guedes, da Associação A.J. Renner.
O SR. ITAMAR GUEDES: Boa-noite a todos e
a todas; boa-noite ao Ver. Tessaro, saudando V. Exª quero saudar a Mesa. Nós
temos muitos problemas na nossa região - como todos sabem, cada um dos senhores
e senhoras - que vêm se arrastando há tempo. Mas eu gostaria de deixar bem
claro a todos e a todas a minha grande preocupação: eu, como líder comunitário
atuante aqui na nossa região, acompanhando o PIEC – Programa Integrado da
Entrada da Cidade, desde o começo, desde que nasceu esse Programa, sempre, na
gestão passada, coloquei para os nossos governantes a necessidade dessas
moradias. Quero dizer que eu gostaria que os Srs. Vereadores olhassem com mais
carinho para aquelas pessoas que moram naquelas áreas de risco, lá dentro do
banhado, sem esgoto, com luz e água precária, que são seres humanos, que não
estão lá por vontade própria, mas porque precisam, necessitam. Ninguém vai
morar na beira de um valão, ninguém vai morar na beira de um esgoto porque
quer, ninguém vai jogar seus filhos lá porque quer. Então, eu deixo aqui, como
líder comunitário desta região Humaitá/Navegantes e Vila Farrapos, este pedido
aos Srs. Vereadores: para olharem com mais carinho para essas pessoas, pois
todos merecem ter uma moradia digna; os que moram no seco, os que moram num
lugarzinho um pouco melhor, mas acho que nós temos de olhar com mais carinho
para essas pessoas cadastradas no PIEC, no Programa Minha Casa, Minha Vida,
devemos olhar com mais carinho para essas pessoas, porque eu acho que nenhum de
nós aqui presente gostaria de estar com a nossa família cheirando esgoto,
convivendo com baratas, ratos, fezes, ninguém de nós gostaria. Esses dias,
falei para a assessora comunitária do DEMHAB, a Lia, que vem fazendo um
trabalho excelente junto conosco, mostrei a ela a dificuldade das pessoas, como
a D. Irma: onde essa pessoa está morando, uma pessoa de oitenta e poucos anos?
É desumana a casa onde ela está morando. E muito poucas lideranças olham para a
situação de vida de uma pessoa de oitenta e poucos anos, para quem restam
poucos dias de vida, continuar morando onde a D. Irma mora. E outras pessoas
também estão na situação dela, são várias, temos na Santo André, na Liberdade,
no Beco X, no fundo da A. J. Renner, lugares em que existem pessoas morando de
forma desumana, Srs. Vereadores. Eu gostaria de fazer um pedido ao Ver.
Tessaro, com quem fizemos uma boa relação quando ele estava no DEMHAB, sempre
sentamos, conversamos, tivemos nossas divergências, mas, como cidadãos
porto-alegrenses, tivemos educação para resolver os nossos problemas. Então,
isto eu sempre digo para o Tessaro: independente de que Partido for, nós
tivemos uma boa relação, na sua administração, com o DEMHAB. Se houvesse
divergências, eu diria que tivemos, como qualquer outro. Até hoje, dentro do
DEMHAB, nós, da A. J. Renner, somos bem atendidos, independente de Partido,
porque eu vou lá como representante da minha comunidade, que votou em mim para
representar cada um deles. E vou com a melhor educação, como estou aqui, hoje,
pedindo para os senhores, com toda a educação, com todo o respeito que tenho
pelos senhores, Vereadores e Vereadoras de Porto Alegre, que olhem com mais
carinho para essa comunidade, olhem com mais carinho para as pessoas. Nós temos
também a Vila Dona Teodora, que não sei se tem representante hoje, aqui,
também, que é uma vila que está necessitada, uma vila antiga; a Tio Zeca, a
Areia... Para essas vilas, para aquelas pessoas, Tessaro, quero pedir que olhem
com mais carinho, quero pedir ao nosso Diretor do DEMHAB que olhe com carinho
para aquelas pessoas que estão lá. Nós, lideranças comunitárias, ajudamos, também,
os governantes a resolverem esses problemas, mas que eles olhem com mais
carinho para nós também. Tem um pedido que eu fiz para a EPTC, há 15 dias,
sobre a sinalização na Av. A. J. Renner, dizendo do risco que estão correndo
aquelas pessoas ao atravessar a A. J. Renner, pois fizeram uma arrumação lá e
não foram demarcadas as áreas de segurança, faixas de segurança, está ruim para
as crianças atravessarem para ir para o colégio.
Então, quero deixar
aqui este apelo para os Srs. Vereadores: olhem para essas pessoas com mais
carinho, para essas pessoas que estão mais necessitadas, e não vamos desistir
da luta, companheiros e companheiras, porque a única luta que se perde é a que
se abandona. Obrigado, senhores e senhoras. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Itamar. Eu quero, apenas, esclarecer à
comunidade que se falou Humaitá/Navegantes, mas, claro, há outros bairros aqui
falando, estão aqui todas as vilas que pertencem, Vila Farrapos, as demais
vilas todas estão hoje contempladas, estão elas aqui representadas. Nós,
justamente, quando colocamos, seria toda a Região, desde a Av. Sertório até a freeway.
A próxima inscrita é a Srª Yassanan de Souza Costa,
da Afinco – Associação dos Filhos Nascidos do Coração.
A SRA.
YASSANAN DE SOUZA COSTA: Boa-noite a todos, na pessoa do Presidente Nelcir
Tessaro, cumprimento toda a Mesa, e, na pessoa da Líder comunitária da Vila
Dona Teodora, Simone, eu quero cumprimentar a todos os demais presentes nesta
Audiência.
Eu sou moradora do Bairro; fui professora da Escola
Danilo Zaffari; Presidente de um lyons, e conheço muito bem a realidade do meu
Bairro, das vilas e de todos os assentamentos e loteamentos do entorno deste
distrito. As mazelas, eu tenho acompanhado, de muitos. Nossa reivindicação vem,
primeiro, com a vinda da Arena do Grêmio, quanto aos empregos, que se dê
prioridades para os moradores do Bairro. Levando em consideração que muitos
trabalhadores não têm a escolaridade, muitas vezes, exigida, mas têm a
competência para o trabalho, que isso seja levado em consideração; que, havendo
tempo, e creio que há, possa ser oferecida formação profissional para essas
pessoas que vão ocupar cargos ou funções que estarão ali disponíveis na
construção da Arena, e que todo resíduo gerado permaneça no Bairro e seja
destinado às cooperativas regularizadas ou que estiverem a caminho de, mas que,
na época, possam então receber todos esses resíduos para, então, fazer a
classificação, reciclagem ou reencaminhamento para a geração de renda,
principalmente das mulheres aqui do Bairro. Pedimos ainda que levem em
consideração a nossa segurança, o nosso transporte e a necessidade ainda de
algumas ampliações na área de Educação Infantil nesta Região. Nós temos muitos
problemas para que as mães possam trabalhar e as crianças ainda serem colocadas
em creches. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Srª Palmira Marques da Fontoura falará pela
Associação do Bairro Humaitá.
A SRA. PALMIRA
MARQUES DA FONTOURA: Boa-noite à Mesa, a todos que estão aqui
representando, hoje, a Câmara de Vereadores, eu sou a Presidente da Associação
do Bairro Humaitá, eu queria colocar algumas coisas. Eu fiquei muito surpresa,
porque nós pedimos, para a Câmara dos Vereadores, uma audiência pública, aqui
na Região. Só que, para minha surpresa, esta reunião de hoje não é a audiência
pública que os moradores do bairro Humaitá pediram para a Associação. As vilas
que representamos também pediram audiência pública a respeito da Arena do
Grêmio, aqui, na nossa Região.
Então, a gente recebeu o convite da Câmara dos
Vereadores, que é este papel aqui, este convite que a maioria recebeu, e a
gente, hoje, está aqui, mas não é a nossa Audiência Pública, pessoal, e eu peço
desculpas para vocês, porque foi colocado, para nós, aqui no Sest/Senat, nós
demos todo o encaminhamento para ser feita uma Audiência Pública, e, lá de um
gabinete - desculpem, mas eu vou ter que falar -, não tiveram um mínimo de
responsabilidade de dizer: “Palmira, não é uma Audiência Pública; é, Alô
Câmara”. Então, como nós estamos aqui hoje, vamos aproveitar e falar, pedir,
mesmo sendo 12 inscrições, e vamos colocar as dificuldades que a gente tem para
a Ouvidoria que está aqui.
E eu queria fazer duas perguntas à Mesa. A nossa
preocupação é muito grande a respeito da segurança, porque nós não temos
segurança nenhuma, e a gente está preocupada. A nossa Cidade está ficando uma
cidade com violência muito grande.
Outra coisa: nós queremos, a maioria das pessoas
que trabalham na área da Saúde, perguntar onde estão os dez milhões de reais
que nós precisávamos para a saúde da Região? O cidadão diz: “Nós não temos
médico, não temos medicação na Região.” Quanto a isso, pedimos: tem uma CPI que
está para sair, falta um Vereador; por gentileza, o Vereador que se manifeste
lá e faça acontecer essa CPI, porque para nós é muito importante, pelo menos
para a comunidade. Nós temos falta de médico, falta praticamente em todos aqui.
E a outra coisa que eu queria falar para a Câmara, também,
é que nós temos um valão, que é o canal norte, no fundo das escolas Antônio
Giúdice, na escola infantil e no Garibaldi, ele passa ali. Então, a gente pede
para a Câmara que deem uma olhada para ver o que nós podemos encaminhar para o
fechamento desse valão, porque temos ali um berçário de mosquitos, quem mora no
Humaitá e nas vilas sabe que nós temos um berçário de mosquitos. Nós ainda não
temos mosquito da dengue, porque ele não gosta de água suja, ele gosta de água
limpa dos nossos vasinhos, das caixas de água, piscinas, e estamos trabalhando
muito em relação a isso no posto do bairro Farrapos com a comunidade, já
fizemos várias reuniões, vários trabalhos sobre a doença do mosquito da dengue.
E nós, aqui, pedimos para a Câmara de Vereadores que deem uma olhada com mais
carinho, porque a única coisa que nós não conseguimos passar no Orçamento
Participativo foi esse valão, o resto está fechado. E essa é a nossa
preocupação, se vocês perguntarem para as pessoas aí, a preocupação é fechar o
valão no Humaitá, que é o canal norte.
Hoje, agradeço à comunidade que está aqui, estamos
todos aqui, e desejo para nós uma boa Sessão, que desse limão possamos fazer
uma ótima limonada e que as pessoas consigam fazer disso uma coisa maravilhosa.
E digo mais uma coisa: agradeço por estarmos aqui, hoje, mas gostaria,
Presidente, que se marcasse uma audiência pública para nós, porque temos um
grande problema, vão desmanchar duas escolas na nossa região. Sobre uma, que é
do Estado, nós já soubemos que vai para o Famello, mas nós queremos uma escola
técnica aqui na nossa região, ela é particular, mas tem muitas crianças que vão
fazer seus cursos ali.
Então, eu peço que deem uma olhadinha, não é
crítica, mas é um pedido muito sério, principalmente o Presidente, que foi muito
bem votado nesta região, eleito, e a gente cobra, nós cobramos! Então, é isso
que eu peço para a Mesa, a Verª Sofia também está aqui, e peço para ela a
oportunidade de discutir mais sobre esse valão que é um berçário! Dr. Raul, nós
já nos conhecemos há anos, nós trabalhamos sobre a saúde há muitos anos, agora
ele se afastou um pouco da gente, mas a gente trabalhou muito, muito, e a gente
quer um resultado melhor para a Saúde aqui da região. E tu lembras que dizias
para mim: “Olha aqui, Palmira, nós temos que melhorar a Saúde”? E nós temos.
Temos problema na Saúde? Temos e queremos que vocês olhem com carinho essa CPI
sobre esse dinheiro que sumiu, que “tomou Doril”. A gente pede com carinho que
vocês façam isso para nós, está bom?! Obrigado, pessoal!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Registramos a presença da Srª
Vanessa Castro de Menezes, representante da FASC.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Palmira Marques. Quero anunciar a
presença dos Vereadores Sebastião Melo, Brasinha, Sofia Cavedon e Waldir Canal,
que se encontram conosco, aqui na Mesa.
O próximo orador é o Sr. Antonio Werlang.
O SR. ANTONIO
WERLANG: Eu represento a empresa Irritécnica, estabelecida na Rua Ernesto
Neugebauer, nº 90, quase esquina com a Rua Dona Teodora - ali temos diversas
outras empresas. O que eu queria colocar é que a Prefeitura contrata obras na
nossa rua e, depois que as construtoras executam essas obras – normalmente
saneamento, tubos de drenagem e adutoras –, não fecham a rua, não pavimentam a
rua com a qualidade que havia antes, ficando, então, um piso irregular que,
quando passam caminhões, provocam vibrações, quase pequenos terremotos. É essa
a minha colocação, é rápida. Muito obrigado a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Antônio Werlang, que representa as
empresas da AJ Renner.
A Srª Lurimar Almeida Fiuza, da Associação
Comunitária Barcelona, está com a palavra.
A SRA. LURIMAR
ALMEIDA FIUZA: Boa-noite a todos. Eu queria, antes de mais nada, dar os parabéns, em
nome da nossa comunidade, por os senhores estarem aqui presentes; é um momento
único, um momento nobre, muitos daqui deram seu voto. Acho que é uma iniciativa
que já deveria ter sido tomada, mas, graças a Deus, ela veio a tempo para que
possamos questionar e ter reposta da nossa ansiedade, das nossas necessidades.
A nossa Região é muito defasada; é uma Região que,
por ser tão próxima do Centro, encontra-se, hoje, um pouco sem esclarecimento
sobre as grandes obras que aqui vão acontecer. A gente se dá conta de que esse
lugar vai ser a “menina dos olhos” de Porto Alegre, devido aos grandes
empreendimentos. Hoje, existe a preocupação de que as pessoas que se
inscreveram no Programa Minha Casa, Minha Vida não tenham a oportunidade de
morar nesta Região; são moradores de muitos e muitos anos, eles cresceram e
urbanizaram esta Região, e isso nos preocupa bastante na questão do morar.
Também hoje, aqui, estamos com uma preocupação
muito grande, porque parou a construção da habitação. Hoje, a ansiedade de
morar, eu lhe garanto, é muito mais do que outras necessidades, é a número um
da nossa Região. Estamos hoje com o maior dos conflitos, porque está vindo um
viaduto, vem a BR-116. Vem aí o Complexo do Grêmio, que vai beneficiar, sim, a
economia do nosso Estado, mas nós gostaríamos de saber como ele vem, o que vai
nos trazer de benefício. A mão de obra vai ser desta comunidade? O que vai ter
de contrapartida? Como vão ficar as ruas, a nossa segurança que aqui foi questionada?
Devido ao grande movimento de trabalhadores, deve ter um posto de Saúde 24h,
porque ninguém está livre de acidente; tem que ser um pronto socorro, devido ao
fluxo de pessoas, quando o complexo estiver pronto. Como vai ficar o nosso
entorno? Se fala muito do que tem dentro, e o que está fora? Perdemos duas
escolas: uma está, hoje, na Restinga, que é a Escola Santo Inácio, que ofereceu
muitas coisas boas para esta Região, e a polivalente Escola Estadual Oswaldo
Vergara. Mexeram na Educação! Acho que, para nós, isso foi uma afronta, porque
ele é pioneiro de um ensino mais completo na nossa Região, e simplesmente se
vai daqui para onde? Quando se fez esse negócio, já deveriam ter colocado um
lugar para a Escola, por respeito às crianças e à educação da nossa comunidade.
Isso nos magoa, nos deixa tristes, porque nós construímos, humildemente, com
pessoas de baixíssima renda, mas que viveram neste lugar, consumiram neste
lugar. Então, peço aos senhores - a Palmira colocou que deveria ter uma
audiência pública – uma audiência pública! Estou pedindo aos senhores,
especificamente, uma audiência para nós falarmos sobre o complexo,
sobre o viaduto. O que vai acontecer nessa Região? Nós temos que ser, sim,
sabedores. Foi muito boa essa chegada dos senhores aqui, é o momento oportuno.
Em outubro, nós estaremos na urna, elegendo, quem sabe, um dos senhores ou
todos os senhores. Tem aqui votos bastantes para garantir que pessoas honestas
venham trabalhar em nossa comunidade, mas nos trazer retorno, não só uma visita,
mas uma presença para saber das nossas necessidades. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Falou a Srª
Lurimar Fiusa, pela Associação Comunitária Barcelona.
A próxima inscrita é
a Srª Rosângela Gomes Ferro, do Conselho Comunitário de Inclusão Social
Humaitá/Navegantes.
A SRA. ROSÂNGELA GOMES FERRO: Boa-noite a todos; boa-noite à Mesa. Bom, eu não preciso me
identificar. Bom, pessoal, a minha reivindicação, aproveitando este momento
máximo, é sobre o nosso PIEC: por que estão paradas as obras das nossas casas,
por que não continuaram? Este é o foco. Por que continuam paradas? Qual é a
resposta que não trouxeram para nós? As obras estão paradas.
Outra coisa que eu queria falar é sobre a Saúde. Nossos postos estão
abandonados. O posto da Vila Farrapos está sem médico; então, peço para o
pessoal da Secretaria da Saúde entrar em contato com o pessoal da reunião para
ver o que está acontecendo: por que está ficando sem médico, por que tem que
ficar a noite inteira na fila esperando para pegar uma ficha para consultar no
outro dia? Isso é uma desumanidade.
Outra coisa, eu represento toda a Região, a nossa comunidade; eu moro
aqui, nasci e me criei aqui; muita coisa melhorou e muita coisa está para ser
feita. É louvável a presença de vocês, mas queria que vocês estivessem mais
seguidamente na nossa comunidade. Eu sei que é difícil, mas seria bom vocês
virem, sentarem conosco. Eu ouvi o Ver. Nelcir Tessaro falando que era para
irmos até a Câmara, mas muita gente aqui não tem o dinheiro da passagem para ir
à Câmara ouvir teoria. Então, seria bom o pessoal chegar no CAR, que é da
Prefeitura, e falar com a Ouvidoria da Prefeitura, uma vez por semana, de 15 em
dias 15; e o pessoal se deslocaria até ali, porque é até mais prático, mais
fácil para nós.
Outra coisa, a SMIC, quando fez o Programa Integrado Entrada da Cidade,
que todas as Secretarias estavam compondo, no início do projeto tinha três
galpões de reciclagem: um para a Santa Terezinha, e ficaram dois para a Região.
Depois, ficou só um, e era entre o DMLU e a SMIC. O DMLU empurrava para a SMIC,
e a SMIC empurrava para o DMLU. Não sei onde está o projeto, não sei onde está
o galpão de reciclagem, e nós precisamos. Desde o primeiro momento em que nós
removemos as pessoas para as casas - estão aí a Élida, a Simone -, a gente
chegava nas reuniões e dizia: “Cadê os galpões de reciclagem para o nosso povo
trabalhar? De que adianta dar casinha e não dar algo para a pessoa sair da rua,
deixar de juntar o lixo na rua? Cadê o galpão de reciclagem?. Dinheiro veio, do
pessoal do BID e do Fonplata. Por que não aplicaram na nossa Região? Cadê o
nosso dinheiro? Onde é que está?”.
Aqui também eu tenho escrito, eu estava lendo as minhas atas, porque eu
guardo todas as atas das reuniões a que vou: no dia 22 de novembro de 2005,
houve uma Audiência Pública na Rua Jayme Topolar; naquela época, o Raul Carrion
era Presidente da CUTHAB, e nós tivemos uma Audiência Pública. Se não me
engano, o Ver. Elias Vidal estava presente, e o Ver. Alceu Brasinha também
estava presente. A partir dali, quase nada se modificou. As bombas de água da
Vila Farrapos, para não encher de água os esgotos, também não resolveram o
problema, continua da mesma maneira. Apesar de que ali na Rua Dona Teodora - quem
é morador antigo lembra - a gente passava dentro d’água. Agora, graças a Deus,
eu saio da minha casa e não piso mais dentro d’água. E os outros? E o pessoal
que pisa dentro d’água? Se o meu problema está resolvido, eu tenho que ajudar a
resolver o problema deles também, certo?
Outra coisa,
transporte. Agora vou falar sobre o transporte, e é uma coisa muito importante.
Foi feita a 3ª Perimetral. Eu moro na Rua Dona Teodora, de frente para a 3ª
Perimetral, Viaduto Leonel Brizola; tem uma sinaleira bem em frente ao Detran,
em frente a uma empresa pública; aquela sinaleira não serve para nada. Na
esquina, mais adiante, tem uma escola, e não tem uma faixa de segurança, um guard rail; tem um posto de saúde mais adiante, e não tem uma faixa de
segurança; e do outro lado tem uma parada de ônibus. E, ali, para passar para o
outro lado - tem as vovós para atravessar -, não tem uma faixa de segurança.
Outra coisa: quem disse que os carros param? Eles não param. Então, isso eu já
pediria para vocês. Porque já foi colocado, nós já fizemos abaixo-assinado, já
levamos, e o Jorge, da EPTC, diz que nada pode fazer. Como não pode fazer nada,
se a comunidade está pedindo para trocar? Eu pediria para vocês, Vereadores,
passarem ali, dar uma olhada e ver se nós não temos razão. Certo? É isso que eu
peço. E sobre a Arena do Grêmio, eu sou totalmente a favor, gente. Virá um
monte de investimentos para a Região, e é aí que a gente tem que pegar e tirar
o maior proveito deles, ou seja, exigir para a comunidade o que é melhor para nós!
E nós temos que nos unir para vir coisa boa para a nossa Região! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Rosângela. Eu apenas quero informar,
Rosângela, que, no início da fala, eu disse que a Ouvidoria está aqui presente
para ouvir todos. Para quem quiser fazer alguma manifestação, está aí a
Ouvidoria.
Também quero
comunicar - me chegou aqui às mãos a informação - que, no dia 22 de abril, às
19h, neste local, haverá uma Audiência Pública, promovida pela SMAM, para
tratar da Arena do Grêmio.
A Srª Élida Marina
Dutra Ferreira, da Associação dos Moradores da Vila Liberdade, está com a
palavra.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Registramos a presença do Sr. Maurício Melo, representando o Conselho do
OP.
A SRA. ÉLIDA MARINA DUTRA FERREIRA: Boa-noite a
todos, boa-noite à Mesa, através do Presidente da Mesa, Sr. Nelcir Tessaro;
boa-noite a todas as lideranças comunitárias e a todos os presentes. Todos
estamos aqui, somos todos lideranças, todos estamos à frente, uns falam e
outros seguem ou não seguem, mas para isto, nós somos lideranças: para
pensarmos e para fazer aquilo que nós queremos, aquilo que a comunidade precisa
e necessita, todo mundo junto.
Eu tenho cinco
minutos, então eu vou falar o mais rápido possível. Eu vou começar pela
Assistência Social, porque nós não temos uma casa de convivência para idosos
nessa Região; nós só temos um trabalho educativo com 12 metas para jovens e
adolescentes; nós não temos nenhum programa, nenhum espaço adequado para jovens
e adolescentes; nós temos seis SASEs, que é Serviço de Apoio Sócio-Educativo,
nesta Região; nós temos creches comunitárias, sim. Falta? Falta, mas temos.
Então, por esse motivo, eu peço muito pelo Centro Comunitário, sim, do espaço
do SESI. Espero que os Vereadores possam investir no espaço do ginásio, com
espaço cultural, com salas múltiplas, pois a questão da Segurança passa pela
Saúde, pela Assistência e pela Educação; se nós não tivermos esses espaços, os
nossos adolescentes vão continuar nas esquinas e mortos, porque a Segurança,
que a gente tanto pede, começa de pequeno e vai-se construindo; espaço para
profissionalização, sim, mas dentro do perfil do nosso pessoal. Tem muita gente
que não tem escolaridade; então, não adianta colocar um curso que exige que as
pessoas tenham Ensino Médio, ou então só colocar o pessoal da Bolsa com Ensino
Médio, o que quase não existe. É um absurdo a gente falar sobre espaço
comunitário, sobre centro cultural, sobre educação, cultura, saúde, e a gente não
ver o nosso povo, a característica do nosso povo. Profissionalização para a
Copa? Com certeza. A mão de obra dessa Região é nossa! Concordo, sim, com a
Arena do Grêmio! Uma vez, nós perdemos a pista de eventos, que hoje está dando
vários cursos. A nossa Região está sem, porque votaram contrariamente por
acharem que iria dar muito barulho. E, agora, para a nossa surpresa, o mesmo
bairro será beneficiado com a Arena. As pessoas estão apoiando porque estão
vendo que haverá salas, que haverá recursos para os nossos jovens, sim, e que
haverá espaços para a nossa comunidade. Então, eu abro a minha fala com todo
este pensamento, porque eu sou, sim, uma educadora social que trabalha dentro
das vilas e diretamente com as famílias. Casa sempre será necessário! Qualidade
de vida passa por boa moradia, mas consciente. Não adianta dar casa para as
pessoas sem que essas pessoas saibam como usá-las. Quando a gente entra numa
vila que não tem água, não tem esgoto, onde as pessoas não têm nem chuveiro,
não adianta reclamar num projeto ou na escola que as crianças chegam lá meio
sujas e que não há condições de dar aula porque as professoras não aguentam o
cheiro dentro da sala. Como é que elas vão aguentar, elas não foram nem olhar
na casa o que as famílias que necessitam? E aí a gente passa por dentro das
vilas e vê que os loteamentos necessitam, sim, de moradias. A gente luta, sim,
todos os dias, todas as horas, por moradia. E vai ser sempre assim enquanto o
PIEC não se fizer presente - essa história já dura quase dez anos. Eu tenho
fotos da Vila Liberdade. A gente teve audiência em setembro do ano passado, e
até hoje nós estamos esperando. Nós tivemos OP, rodada única, 2007, 2008, 2009;
e o Seu Fogaça, todo mundo sabe, disse todo ano: “2007 e 2008, Vila Liberdade;
2008 e 2009, Vila Liberdade”. E nós estamos lá ainda! Nós não saímos do local!
Isso é PIEC, são os cadastrados. Não cadastrados há vários.
Agora tem o Programa
Minha Casa, Minha Vida, que também já disseram que as pessoas se inscreveram na
nossa Região para ficar na nossa Região. Mas se não tem nem área para os não
cadastrados, que estão dentro do PIEC, como é que vão resolver o Minha Casa,
Minha Vida? É complicado. E eu, sinceramente, não vim aqui, hoje, para buscar
respostas: vim só para falar, porque as respostas têm que ser nas ações dentro
da comunidade. Papel aceita tudo. Agora, ação é o principal, e a gente precisa
disso.
Falando sobre a
Saúde, a gente precisa, com certeza - foi marcado várias vezes e ninguém fez,
espero que com vocês todos aqui a gente consiga -, de um posto 24 horas. E
precisamos, também, da saúde mental nesta Região, porque os nossos jovens estão
atracados no crack, na droga.
Precisamos também para o idoso, porque hoje a droga não tem mais idade, tomou
conta. Precisamos dentro da Região. Os Caps estão vindo; recentemente nós
tivemos o do IAPI, só que precisamos de um especializado para a nossa área.
A questão do
transporte, para fechar. Todo mundo fala dos ônibus, lindos e maravilhosos aqui
no Humaitá: 704.1; 704; B55; B25; e ainda lotação. Por incrível que pareça, o
bairro Farrapos não tem lotação, e é o mais antigo. Só passam o 703 e o 701,
porque saem daqui de dentro do Humaitá, e o B25, com muito esforço, porque a
gente conseguiu que ele passasse em duas ruas dentro do bairro Farrapos ou Vila
Farrapos. E disseram que a gente tinha que ir à Câmara. Que bom que vocês estão
aqui, porque disseram que a gente tinha que ir à Câmara pedir, porque só a EPTC
não estava dando conta. Então, que bom que vocês estão aqui, e que vocês
possam, quem sabe, mandar uma lotação para a madrugada, porque os nossos pobres
não têm nem passagem para pegar ônibus. Mas a gente se junta. Que tenha de
madrugada, porque nós não temos o madrugadão. Nós não temos ônibus de
madrugada; o último é dez para uma, do Centro para cá. Isso faz falta, porque
nós não temos dinheiro para táxi. Agora, se tiver uma lotação, vai contribuir
bastante em horário de tristeza, na hora que tivermos que ir para um hospital
de madrugada com uma criança no colo, quando não tem como ir e nem um
brigadiano para para carregar. Muito obrigado e boa-noite.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Élida. Registro a presença do Ver. Adeli Sell.
O Sr. Remo Silveira,
Presidente da Associação dos Moradores do Loteamento Arco-Íris, está com a
palavra.
O SR. REMO SILVEIRA: Boa-noite Ver. Nelcir
Tessaro, Presidente da Mesa; ao cumprimentá-lo, cumprimento os demais
Vereadores que se encontram hoje aqui, assim como os Deputados Estaduais,
demais autoridades e todas as pessoas.
Hoje eu vim e fiquei
bem feliz por estar acontecendo esta Sessão Especial na nossa Região
Humaitá/Navegantes, mas também fiquei meio triste pelo local que escolheram: o
Sest/Senat, uma vez que as nossas reuniões, aqui da nossa Região, são feitas na
ETE Navegantes, na Av. A. J. Renner, onde, no mínimo,
o dobro de pessoas participam. O Sest/Senat é um lugar bom, bem apropriado,
também arejado, mas que dificulta bastante a movimentação de outras pessoas
para participarem deste evento.
Também
gostaria de lembrar aos nobres Vereadores que o PIEC, que é o Programa Integrado Entrada da Cidade, está há quase três anos parado na
nossa Região, e eu não vejo os Vereadores virem aqui, conversarem com as
lideranças, com as entidades, ou acompanharem, pelo menos, e cobrarem por que a
Administração não dá continuidade a esse projeto que vai beneficiar tantos
moradores, tantas famílias, tantas crianças com moradia digna. E esse mesmo
projeto, que está parado há quase três anos, é o mesmo que entrega casas
rachadas, com goteiras, com desníveis de piso, como ocorre lá no nosso
Loteamento Arco-Íris, como ocorre na Bela Vista. E os nobres Vereadores - já
fomos na Câmara de Vereadores, em duas oportunidades, denunciar -, muitos,
talvez por serem parte do Governo, não tomam partido. E, talvez, os outros, da
oposição, não cobrem com tanto afinco, até porque talvez não tenham
representatividade para se comparar com o número expressivo de Vereadores que
são apoiadores do Governo Municipal. A gente cobra de vocês, Vereadores, uma
posição clara, um engajamento para tratar realmente das questões que visam a
Região Humaitá/Navegantes, tão importante para a nossa Cidade.
O Programa Minha
Casa, Minha Vida, que veio para beneficiar milhares de pessoas, na nossa Região
foi usado, politicamente, no OP. Milhares de pessoas, 1.300 pessoas, se não me
falha a memória, encheram a Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio
Giúdice; a maior participação popular foi a da nossa Região, e eu não vejo o
Programa Minha Casa, Minha Vida em ação; eu não vejo uma construção. As
famílias que foram beneficiadas - e outras tantas que vão deixar de ser
beneficiadas, que participaram dessas reuniões do OP, da nossa plenária que
tanto fez movimentação, que estiveram presentes -, hoje, não estão sendo contempladas
e nem são lembradas. E a Prefeitura nem fala em Minha Casa, Minha Vida na nossa
Região porque não é importante para eles, porque já passou a eleição.
Também gostaria de
lembrar aos Vereadores que nós, a nossa Região, quase perdeu o CTG. Com apoio
de alguns Vereadores, de algumas entidades, de muitos moradores, muitas
lideranças, conseguimos fazer com que o CTG da nossa região – CTG
Vaqueanos da Tradição – permanecesse na nossa região. Foi muito bom. Mas nós
queremos também o engajamento dos Vereadores em não deixar a Escola Oswaldo
Vergara ser desmanchada, destruída por causa do Grêmio, por causa do viaduto
que vem aí. Eu sou favorável à Arena do Grêmio, até como gremista, mas nós não
podemos permitir que uma escola que atende a centenas de crianças seja
desmanchada e, em contrapartida, o que o Estado vai nos dar? Quatro salas
construídas na Famello; oito, em outra escola. Isso aí é porcaria para nós, e
não nos serve. Nós queremos respeito com o cidadão. Nós queremos respeito com
as crianças. E nós queremos o engajamento dos Vereadores, que são os nossos
representantes. Por isso têm que brigar, sim, junto conosco, para que a
Administração Municipal se junte com o Governo do Estado e crie condições para
que possamos ter outra escola; não salas de aula. Nós queremos mais escolas.
Nós temos quatro assistentes sociais na nossa
região que atendem a quase 50 mil pessoas, somente na quarta-feira. Isso é
incabível! É inconcebível para a nossa região. Nós queremos mais duas
assistentes sociais que atendam as quase 50 mil pessoas da nossa região.
Qualquer pessoa, não é preciso nem ter muito conhecimento, sabe que isso não é
possível. Que isso não está certo. Então, perguntamos aos nobres Vereadores: é
importante cuidar da Zona Sul, que tem um número expressivo de eleitores, e de
outras regiões e esquecer a nossa região que é tão importante, que é a entrada
da Cidade? Aquela que está a cinco minutos do Centro, ao lado de Canoas, ao
lado do Aeroporto? Poderíamos ter recebido a Rodoviária há alguns anos. Será
que a nossa região não tem o privilégio de ser mais bem vista pelos Vereadores?
É isso que nós queremos. Queremos que eles
participem junto conosco. E posso dizer para vocês, há vários exemplos. Quando
pegou fogo na Vila Chocolatão, muitos dos senhores estavam presentes lá. Justo,
justíssimo! Nós também, se pudéssemos ajudar, assim como ajudamos a nossa
comunidade que tem necessidade... Estamos sempre presentes. Gostaríamos que
vocês também, Vereadores, tivessem marcado presença aqui no Beco X, que pegou
fogo. Dezessete famílias ficaram sem casa, e eu não vi Vereadores fazendo
presença na nossa região, acompanhando a situação dessas famílias.
Como vocês são representantes da nossa cidade de
Porto Alegre, nós sabemos da posição do Ver. Nelcir Tessaro, Presidente da
Câmara, que é contrário à questão da Comissão Parlamentar de Inquérito, no que
diz respeito aos desvios praticados, que foram quase nove milhões, na Saúde;
sabemos também da posição do Ver. João Antonio Dib, que diz que a CPI não tem
poder de Polícia para prender, para indicar quem é... A gente não quer isso aí
também. Mas, se sabemos que os nobres Vereadores têm a função de nos
representar e fiscalizar o Poder Público e o uso das verbas, é isso que nós
queremos: que vocês tomem partido, sim, independente de vocês fazerem parte de
Administração Municipal, o que para mim não interessa. A Administração
Municipal é Porto Alegre. São todos. Não sou eu, nem A e nem B. Aqui não tem
distinção de Partido. Aqui não tem cor, gênero, grau e nem número.
Nós queremos uma posição séria de vocês, que façam
um acompanhamento desta questão e tratem com respeito, conforme nosso
entendimento, a abertura dessa Comissão Parlamentar, para prestar contas para a
sociedade. Muito obrigado, e uma boa noite.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Reno.
O Sr. Maurício Melo, pelo Conselho do Orçamento
Participativo, está com a palavra.
O SR. MAURÍCIO
MELO: Boa-noite a todos e a todas que aqui se encontram. Boa-noite, Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; ao cumprimentá-lo, quero cumprimentar os
demais Vereadores, principalmente os nossos Vereadores Paulinho Ruben Berta e
Elias Vidal; um grande abraço aos companheiros também.
Venho aqui falar e trazer um recado, em nome do
Conselho do Orçamento Participativo: nós queremos, sim, interagir junto com a
Câmara de Vereadores e, principalmente, pedir o apoio de todos os Vereadores
que vejo aqui. São Vereadores da Cidade, de vários Partidos, que devem
trabalhar por um objetivo só, que é a construção desta Cidade. Fiscalizar.
Cobrar.
O processo do Orçamento Participativo existe – fez
aniversário – há 20 anos. Acho que está mais do que na hora dos nossos
governantes respeitarem o processo do OP, interagir, porque o OP não é de
Partido, e sim, das comunidades.
Trago um recado do COP que diz o seguinte: a
política gaúcha, nos últimos anos, voltou a ser caracterizada por uma
exacerbação na disputa entre Partidos pelo poder político. Os interesses das
pessoas, famílias, comunidades foram colocados em segundo plano. Não se
discutem política pública e ações prioritárias para superar os problemas do
Estado; discutem-se nomes, coligações, estratégias para chegar ao poder. Nós,
que atuamos no dia a dia das comunidades de Porto Alegre, que sentimos na carne
as dificuldades da luta pela sobrevivência, que vivemos a prática do Orçamento
Participativo, da Governança Solidária Local, dos Conselhos Populares, e das
políticas públicas, dos fóruns de planejamento, das associações de moradores,
dos clubes de mães, queremos contribuir para inverter essa lógica. Estamos
comprometidos com uma nova prática política em que o cidadão e a comunidade
estão em primeiro lugar. Estamos comprometidos com os reais interesses da base
da sociedade e lutamos para eles sejam a grande prioridade da política. É
fundamental que cada cidadão e cidadã seja um ator principal na inversão das
prioridades, na discussão das políticas e na ampliação dos recursos públicos,
para que possamos, efetivamente, construir uma sociedade mais justa, com
cidadania, participação democrática, pluralidade, cooperação e solidariedade.
Então, eu venho para dar este recado em nome do
Conselho do Orçamento Participativo, Srs. Vereadores, porque nós precisamos -
como aqui foi colocado - de várias reivindicações, vários pontos. E um dos
pontos é o Programa Minha Casa, Minha Vida. Existem pessoas indo ao Orçamento
Participativo, desde 2000, 2002, 2003, querendo a sua moradia. É importante um
Programa desses? É importante o Programa Minha Casa, Minha Vida. Mas nesta
Cidade que tem Democracia Participativa - que é referência mundial - não é
justo um Programa cair de cima para baixo, e as pessoas que lutam ao longo dos
anos serem desrespeitadas. Lá no livro do Plano de Investimento está o
Orçamento Participativo, as demandas das comunidades. E essas pessoas não podem
acessar esses recursos, sejam eles da União, Estadual, Municipal, esses
recursos são arrecadados dos nossos bolsos.
Eu acho que a Câmara de Vereadores tem que fazer um
debate junto ao DEMHAB – e eu sei que ela está fazendo isso – mas que esse
Minha Casa, Minha Vida tem que ter obras em todas as regiões e, principalmente,
ter uma cota à parte, 60% para as demandas das pessoas que estão ao longo dos
anos esperando moradia. Então, se tem 100 apartamentos, que paguem 60 para aqueles,
que não são muitos, Srs. Vereadores, são três mil moradias dos PIs atrasados.
E, se em Porto Alegre tem que se construir 18 mil casas, pagando três mil
moradias, sobra muito para as pessoas que também se inscreveram. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado Maurício. O Sr. Pedro Dias, da CONAM-
Confederação Nacional das Associações de Moradores, está com a palavra.
O SR. PEDRO
DIAS: Boa noite a todos! Queria saudar o Sr. Presidente, Nelcir Tessaro, os
demais Vereadores, as lideranças das comunidades e a todos os moradores em
geral.
Eu queria dizer que o bairro Humaitá/Navegantes,
especialmente essas vilas dessas comunidades mais periféricas, são mais pobres,
mais sofredoras, há muito tempo eles vêm lutado por uma vida melhor e mais
digna. Mas por muito tempo eles foram esquecidos aqui no bairro. Por muito
tempo muitos Vereadores não passavam por essas comunidades.
Mas eu acredito nas lideranças forjadas dessas
mulheres e desses homens que estão aqui hoje, que construíram um bairro melhor.
O PIEC foi uma luta, uma conquista da comunidade, melhorou um pouco as
condições das pessoas, mas ainda tem muito a se fazer aqui.
E hoje, diante da questão da Copa no Brasil - essa
disputa de Grêmio e Inter, que vai possibilitar que tenha uma Arena do Grêmio
aqui - as comunidades que estão aqui, as lideranças, em conjunto com a Câmara
de Vereadores, têm que construir junto à Prefeitura uma contrapartida, gente!
Os recursos que vão entrar para essa região, o que a OAS vai ganhar nesse
projeto com o Grêmio é muito dinheiro! Tem que deixar uma contrapartida para os
moradores, para as pessoas mais pobres. As obras de infraestrutura do PAC, que
tem hoje, para essa região e Grande Porto Alegre, também vão beneficiar a região.
No ano passado, a maior plenária do OP da Cidade
aconteceu no Bairro Navegantes, porque a comunidade aqui participa, mas ela é
muito deixada de lado, então eu acredito que ela tem que participar mais.
Uma questão que aqui foi muito colocada é a da
Saúde. Aqui é uma comunidade muito pobre, e a Saúde tem que ter uma atenção
especial. As comunidades têm que fazer um trabalho, junto com Comissão de Saúde
da Câmara de Vereadores, para que a Prefeitura dê uma atenção especial. Nós
passamos aqui no posto da Teodoro, esta hora já tem gente na fila. Se os
Vereadores saírem aqui agora e passarem no posto vão ver a fila. O pessoal vai
para lá a 7 da noite, fica até a 5, 6 horas da manhã.
Então, não é possível ter meia dúzia de fichas para
Saúde num posto, tem que ter mais fichas, porque a Saúde é um direito universal
de todos os trabalhadores do Brasil.
Eu queria deixar o meu abraço às lideranças da
comunidade, em nome da Conam, e dizer que nós estamos com vocês, podem contar
conosco, vamos cobrar dos Vereadores, e eles têm que cobrar do Prefeito aquelas
demandas do OP que estão atrasadas. Nós sabemos que no caderno do OP tem muita
demanda atrasada. E o Governo Federal hoje tem dinheiro para projetos
habitacionais, para projetos de infraestrutura. A Prefeitura tem que fazer
projeto, e a comunidade, junto com a Câmara de Vereadores, tem que construir
esses projetos, porque a Copa vem aí, e vai ter muito dinheiro para
infraestrutura da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Srª Clara Damasceno, da Cooperativa Habitacional
Diretor Pestana, está com a palavra.
A SRA. CLARA DAMASCENO: Boa-noite a
todos, boa-noite à Mesa. Ninguém me conhece muito, estou aqui representando a
Vila dos Ferroviários, admirando também todas as lideranças: a Élida, a
Rosângela, a Lurimar, pela força, pela inteligência, pela dedicação. Mas vim
puxar um pouquinho para o meu lado, que é a Av. dos Ferroviários. É sobre a
pavimentação da Rua Diretor Pestana, que há mais de três anos está no processo para
pavimentar. Lá onde mora a Dona Gilda há muitos anos, é um barro total, não dá
para as crianças andarem para ir para o colégio, nem a gente para trabalhar. É
muito ruim. Posto de saúde, como todos já falaram, têm de pousar lá, não tem
remédio, e o atendimento lá fica a desejar. Todo mundo, se assistiu à
televisão, viu que o Rio de Janeiro está alagado. Eu queria saber como é que
estão as bocas de lobo para o inverno? Porto Alegre está limpa para receber as
chuvas?! Temos o aquecimento global. Como é que está a nossa Cidade? Estou
muito preocupada com isso.
E, sobre a sinaleira, que já foi falado, não tem
utilidade nenhuma lá. Vamos puxar mais um pouquinho para frente. Já houve
acidentes lá; as crianças do colégio passam o maior trabalho para atravessar ali.
Vamos olhar com carinho isso sobre a nossa região. Agradeço, muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Clara.
O nosso último inscrito da noite, Sandro Chimendes,
Presidente da UAMPA, está com a palavra.
O SR. SANDRO
CHIMENDES: Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; Vereadores; Ver. Paulinho; Ver. Elias;
nosso ouvidor, Ver. Pujol; nosso Líder do Governo; muito boa-noite; nosso
Diretor Flávio Presser; nossos Secretários e Secretária Mitsue, que estão
presentes aqui; meus companheiros do movimento comunitário, membros da minha
diretoria, muito obrigado por estarem junto com a gente, acompanhando.
Presidente Tessaro, mais uma vez, a UAMPA vem à
tribuna parabenizar a Câmara Municipal por estar cumprindo aquilo a que se tem
determinado fazer conosco. Estivemos, no início do mês - mês passado, se não me
engano -, no bairro Cristal, fazendo esse tipo de atividade, levar a Câmara ao
encontro da população. Esse é o objetivo da UAMPA. A UAMPA propõe que a Câmara
esteja presente, muito próxima aos anseios da população de Porto Alegre. Por
isso que estamos sendo mencionados no folder
que está sendo distribuído pela Casa como apoiadores desta atividade. Mas
também viemos aqui, Presidente, para fazer o que é nosso dever, que é
reivindicar o nosso direito e colocar à disposição a nossa estrutura
comunitária para trabalhar junto com esta Casa e com o Poder Executivo.
Queria dizer aqui que, no dia 24 do mês de março,
fizemos uma reunião lá na sede da UAMPA, na sede da nossa casa, para discutir
os problemas do bairro Humaitá/Navegantes e o entorno, como já disse alguém
aqui nesta tribuna. Esteve lá presente conosco um conjunto de lideranças cujos
nomes eu não consigo nominar aqui, até porque eu não iria lembrar de todos. Foi
satisfatória a reunião do dia 24, porque elencamos um conjunto de demandas e
reivindicações que vamos passar à Mesa daqui a pouquinho. Vou entregar ao
Presidente, assim como vamos entregar e protocolar lá, junto à Ouvidoria. Não é
nada diferente do que já foi postulado aqui, Verª Sofia.
Esta Cidade tem nos trazido uma escola, um
aprendizado, porque em todos os cantos a que a gente tem ido - e, hoje, eu
quase que fui a todos os cantos da Cidade, os quatro cantos; estive lá na
Câmara hoje à tarde, numa audiência com a Associação da Atilio Supertti -, as
questões são praticamente iguais, só muda a característica. O que a UAMPA não
quer é transformar este tipo de audiência - e vai lutar por isso - num OP,
porque lá já tem o fórum adequado para fazer isso. O que a UAMPA quer é
construir um projeto - e quer fazer isso ser executado o mais rápido possível -
muito no vínculo da parceria e da organização desse coletivo, das pessoas que
estão lutando pelo crescimento desta Cidade. E não vou repetir tudo que já foi
colocado aqui, Ver. Tessaro, mas eu acho que é bom a gente reafirmar.
O Programa Integrado Entrada da Cidade, que é uma
demanda bem antiga da cidade de Porto Alegre, que, se não me engano, no nosso
entendimento, faz mais de dez anos que parou, porque a integração do Executivo,
da comunidade e dos setores envolvidos – e aí eu estou até sendo um pouco
audacioso ao dizer -, a Câmara acompanhando e fiscalizando, não está
acontecendo. E esse Programa, como já foi dito aqui, poderia ser o grande
guarda-chuva para resolver um conjunto de demandas e anseios que estão
pontuados nessa região, como, por exemplo, a questão da Saúde, como a questão do Transporte. Então, o nome do Programa já diz tudo:
programa de integração, projeto integrado. E no nosso entendimento ele tem que
ser revisto nos dias de hoje. Aí a gente pega um link e vai para discussão,
Ver. Brasinha – eu também sou gremista – e a gente pega um link na questão dos
investimentos...
(Manifestação fora do
microfone. Inaudível.)
O SR. SANDRO
CHIMENDES: Está bem, Ver. Paulinho, que bom! Mas eu ia chegar
lá, ouviu Ver. Paulinho? Tanto gremistas quanto colorados vão receber um
conjunto de obras nesta Cidade e um conjunto de benfeitorias que não é só na
área do esporte; é na área da construção, inclusive na construção de novas
moradias. Quer dizer, se a gente, como movimento social, não estiver atento a
esses programas que estão sendo desenvolvidos, nós vamos ficar de fora e deixar
para a iniciativa privada e os poderes estarem encaminhando. Eu queria que
vocês, lideranças do movimento social que sofrem, dia a dia, como nós e nos
trazem sensibilidade, que olhassem com mais carinho esses projetos. Nós, lá no
Cristal, Vereador, ouvimos também que o Pisa não contemplava os anseios da
comunidade do Cristal, mas que o programa do Internacional contemplava. Quer
dizer que há um desencontro claro do que está postulado. Eu acho que falta um
pouco – aí a Câmara Municipal tem um papel fundamental que é fazer a
comunicação social do Executivo, do Legislativo e do Estado funcionar mais.
E aqui, Vereador, eu
queria concluir dizendo o seguinte: a UAMPA continua parceira com esta Casa
para as benfeitorias de Porto Alegre e gostaríamos de contar com esse grande
coletivo para construirmos juntos. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Sandro.
Antes de passarmos a
palavra aos Srs. Vereadores, nós vamos conceder a palavra à Srª Claudete Maria
Cornely.
A SRA. CLAUDETE MARIA CORNELY: Boa-noite à
Mesa e aos demais moradores. Logo que foi aberta a Sessão, foi comentado que o
pessoal estava aqui para ouvir e falar sobre esse complexo todo que está por
vir à nossa região. Não é só a Arena do Grêmio. Nós sabemos que vem shopping, que vem um complexo como o
SESI, a Fiergs, tipo aquele complexo que tem condomínios, hipermercados,
hotéis, enfim. É um complexo enorme, e parece que a maioria do pessoal ainda
não percebeu o poder que está nas mãos de todos os moradores da nossa região.
Nós temos que nos apropriar disso e temos que reivindicar essa contrapartida
que algumas pessoas aqui falaram. Bom, o que é essa contrapartida? Por exemplo,
isso vai gerar muitos empregos. Então, que um percentual, no mínimo, de 50% a
60% desses empregos seja destinado às pessoas da região. Aí dizem que as
pessoas não têm capacidade. Bom, que essas pessoas sejam então capacitadas –
gratuitamente - aqui dentro da nossa região.
Outra coisa, nós
estamos perdendo escolas, e esses empreendimentos custam milhões. O que nos
custa reivindicarmos que esse empreendimento que está vindo para cá construa
uma escola para nós? Nós temos nessa região 50 mil moradores, e esse número vai
aumentar para, no mínimo, 60 mil moradores. Nós não temos uma escola técnica de
2º Grau. O que é isso? As crianças têm que sair daqui.
Então esse é o
momento para a Educação. Essa escola de 1º Grau tem que ficar aqui - e
construir uma escola não é colocar somente salas -, e essa escola de 2º Grau
também! Por que não fazer 1º e 2º Graus juntos? Nós precisamos batalhar muito
em cima disso. Gente, nós precisamos de uma escola técnica para os nossos
alunos! Basta de falta de Educação aqui. (Palmas.) O que é isso?
Então, é uma coisa
que nós não podemos abrir mão de jeito nenhum e reivindicar, sim, que as
pessoas aqui da nossa comunidade tenham o direito de ter trabalho nesses
locais, como aconteceu na Zona Sul, onde tem lá um complexo de moradias, e as
pessoas foram treinadas para trabalhar lá. Então precisamos disso aqui,
pessoal!
Outra coisa,
segurança. Se não brigarmos, não vamos ganhar segurança aqui não. Então vamos
começar a reivindicar realmente o que é para nós. Nós temos o poder nas mãos, e
a nossa chance está se esgotando, o nosso tempo está indo muito rápido. O
momento é agora.
E nesse shopping a gente sabe que será caríssimo
colocar uma loja, mas que então haja um espaço para a nossa comunidade, para
quem quiser colocar alguma coisa com um valor mais acessível. Que a nossa
comunidade, a nossa região toda tenha acesso a mais trabalho. É isso aí.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Claudete. Agradecemos a todos que se manifestaram. Passamos a palavra aos Srs.
Vereadores.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Primeiro Vereador inscrito, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu quero, antes de
mais nada, agradecer a alguns colegas Vereadores que em verdade estavam
inscritos antes de mim, mas concordaram em permitir que eu fosse a primeira
manifestação por parte dos Vereadores, porque, sabidamente, estou em véspera de
uma microcirurgia que farei no dia de amanhã, e há alguns procedimentos
preliminares que eu tenho que fazer, por determinação médica, e ademais uma
disfonia vocal se agudiza na medida em que estou neste local muito bem
instalado com sistema de ar-condicionado funcionando bem demais, que nos deixa
todos numa situação deveras próxima de uma geladeira. Mas tudo isso não me
obstaria, de modo nenhum, com a devida cautela, de procurar fazer uma
manifestação aqui que eu acho que é absolutamente necessária que seja feita.
Primeiro, Ver. Tessaro,
obviamente, cumprimento o colega Presidente de ter promovido esta Sessão
Especial, aqui na Zona Norte de Porto Alegre, na Entrada da Cidade, no lugar
onde deve ser constituído o Complexo da Arena, e onde o Programa Integrado
Entrada da Cidade precisa ser urgentemente reativado, e onde, o que é mais
importante para mim, se insere a Vila Farrapos, que é um conjunto habitacional
com o qual eu tenho profundos vínculos, grande relacionamento e um grau de
comprometimento muito grande.
Por isso, objetivamente,
eu quero cumprimentar a todos pela forma com que participaram e estão
participando dessa Sessão Especial – especialíssima -, que conta, inclusive,
com a presença, o que é muito salutar, do Diretor-Geral do DMAE, de várias
autoridades do Município, as quais eu saúdo, no nome do nosso Diretor-Geral do
DMAE, aqui conosco presente, o Presser, a quem eu quero que todos reconheçam
com uma grande salva de palmas. (Palmas.)
E faço isso não só
porque eu sou amigo dele, o que é incontestável, faço porque, Tessaro, aí vai
os meus cumprimentos para ti, nós começamos a sensibilizar o Executivo da
necessidade de junto conosco ouvir as reivindicações da comunidade e com ela se
comprometer, até se for o caso, Alcione, chegando a dizer: não dá para atender
ao que vocês estão pedindo. Mas tem de ter a coragem de vir aqui falar,
conversar, ouvir e responder. E é isso que eu quero assinalar. Eu sei, Dona
Lurimar, nós sabemos, a senhora muito menos do que eu, porque eu sou muito mais
idoso do que a senhora, nós sabemos que a nossa capacidade de resolver os
problemas sempre vai ser menor do que os problemas em si. Agora, nós temos que
ter uma certa organização. Nós não podemos iniciar um Programa como é o
Programa Integrado da Entrada da Cidade e depois esmorecer na metade do caminho;
quando ele começa a apresentar os primeiros resultados, deixar que ele
esmoreça, não continue. Por isso, e não sei se é por castigo, mas as minhas
alegações que eu estava com dificuldade de prolação começam a se manifestar, eu
quero dizer a todos que a minha responsabilidade hoje, aqui, era até por
decorrência da posição que eu tenho na Câmara, muito menos de falar e muito
mais de ouvir. Eu sou o Ouvidor da Câmara, substituí nessas funções o Ver. João
Antonio Dib, ex-Prefeito da Cidade, Líder do Governo, que foi o Primeiro
Ouvidor ainda na Gestão do Ver. Sebastião Melo. Desde o ano passado estou na
Ouvidoria. E a Ouvidoria está aqui presente, a Câmara Itinerante, constituída
pelo Vereador-Presidente da Casa, que é, de certa forma, a ampliação da Ouvidoria
itinerante que nós iniciamos no ano passado. E pretendemos aprofundar muito
mais ainda na Restinga, na Farrapos, na Santa Rosa, enfim, naqueles lugares de
Porto Alegre onde os problemas sociais são muito mais agudizados.
Então, agradeço a
atenção de vocês, pela compreensão dos meus colegas que me cederam a primazia
de me manifestar nesta noite, e digo a todos vocês: Deus nos deu dois ouvidos
para ouvir mais, e uma boca com a qual nós falamos. Eu tenho a responsabilidade
de ter assumido a Ouvidoria, vou assumir um compromisso, em nome do Presidente
da Casa. Nós não ficaremos limitados a essa nossa Sessão Especial, à Assembleia
Especial, à Audiência Especial, que vai ocorrer aqui no dia 22 de abril, da
SMAM, a respeito do Projeto da Arena do Grêmio, nós não ficamos restritos
nisso. Compromisso que tomo em nome do
Presidente Tessaro, ainda neste semestre, em um fim de semana que anunciaremos
previamente, estaremos lá na Rua Frederico Mentz, dentro da Vila Farrapos, com
a nossa Ouvidoria itinerante instalada. Muito obrigado pela atenção, até outra
oportunidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O próximo Vereador inscrito é o Ver. Elias Vidal.
O SR. ELIAS VIDAL: Quero cumprimentar
todos os senhores que se encontram neste recinto; o nosso Secretário Presser; a
Secretária Municipal Interina de Coordenação Política e Governança Local,
Mitsue Adachi Ávila de Oliveira; demais representantes de todos os órgãos
importantes desta Casa administrativa que é a Prefeitura, como a EPTC e outros
que se encontram aqui.
Conheço muitos dos
senhores que estão aqui, fui alfabetizado aqui na Vila Farrapos, estudei no Colégio Estadual Carlos Fagundes de Mello – Famello
-, do primeiro ano primário até a oitava série. A minha mãe ficou uma semana na
fila para ganhar a casa oito da quadra 38, na Vila Farrapos. Quando criança,
criei-me aqui, com o Chiquinho; a Ana, que saiu há pouco daqui, a rua em que
ela mora é a que eu morava, e tenho muito orgulho de ter passado por aqui. Depois,
eu fui embora para São Paulo, passei um tempo por lá, no Rio de Janeiro;
terminei meus estudos e retornei ao Rio Grande do Sul.
Muitos dos senhores sabem que eu levei um tiro, que estou
vivo por um milagre, um tiro que levei de um jovem drogado. E eu fiz uma opção:
trabalhar com jovens drogados, com as famílias. E fiz isto por muitos anos, por
décadas. Hoje, a gente já vai sentindo o peso do trabalho, porque quem tem um
filho drogado, um vizinho, sabe que o desgaste é muito grande. Estou treinando
um grupo de pessoas para tocar este trabalho. Aí eu quero me dedicar mais a
trabalhos que muitos Vereadores já vêm fazendo há muito tempo, como o Ver.
Paulinho Ruben Berta, que faz um excelente trabalho lá no Bairro Rubem Berta e
em outras regiões; o Ver. Mauro, o Ver. Raul, e assim por diante, o Ver.
Brasinha.
Então, como eu estou me desvencilhando deste outro
trabalho, estou me dedicando agora, um pouco mais, a um trabalho ao qual estou
me apaixonando, que é tratar assuntos da comunidade, fora da questão das
drogas, mas ainda atuo na área da dependência química, por intermédio das
outras pessoas da minha equipe.
Sou o Presidente da Comissão da Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação – CUTHAB. O Ver. Brasinha trabalha comigo nesta
Comissão; o Ver. Nilo, o Ver. Pancinha, o Ver. Paulinho Ruben Berta e mais
alguns Vereadores. Então, quero dizer para vocês o que já falaram aqui: estas
obras que estão sendo construídas, algumas já começaram, eu acho que isto é um
grande tesouro, e vocês não devem perder esta oportunidade, têm que fazer disto
uma troca, uma moeda. Por que em outros lugares da Zona Sul, onde estão
construindo obras, houve contraponto? Por que, aqui, este contraponto não vai
acontecer? Por quê? Porque a comunidade é mais humilde? Não, eu acho que é uma
questão de a gente se organizar. Acho que temos que buscar estes contrapontos,
já foi falado, a nossa amiga falou aqui, outros também.
Uma outra ferramenta valiosíssima em que vocês devem atuar,
são as Comissões. Eu digo isto com conhecimento de causa, sou Presidente de uma
Comissão, e, nas nossas Comissões, Ver. Brasinha, estamos resolvendo muitas
questões. E assim há assuntos na área da Saúde, da Educação, da Habitação; eu
cuido de uma comissão na área da Habitação. Eu acho que os senhores devem
explorar bem estas Comissões na Câmara de Vereadores.
Eu acho que o Presidente Tessaro está de parabéns por
trazer a Comissão aqui para nós ouvirmos a comunidade e também para vocês
conhecerem um pouquinho os Vereadores, para haver uma interação entre as forças
da comunidade e a Casa Legislativa.
Eu quero desejar a todos uma boa-noite, dizer que estou à
disposição dos senhores, que tenho um orgulho muito grande de ter passado aqui,
de ter aprendido. Muito do que sei, do que aprendi, aprendi com os senhores
desta região. Quero me dedicar, agora, a mais do que já fiz, e não fiz por me
dedicar a uma bandeira que os senhores entendem, que é a questão das drogas,
por que tratei também muitos jovens e famílias com problemas sobre drogas aqui
desta Região. Um abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): A Mesa informa aos Srs. Vereadores que o tempo de pronunciamento é de 3
minutos.
O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que estão aqui, é
com muita alegria que retorno, mais uma vez, aqui, querido Secretário Presser.
Em 2007, fizemos
dezenas de audiências públicas, junto com a Presidenta Maria Celeste. Eu era o
1º Secretário, nós estivemos aqui... Voltando a dizer, dezenas de audiências
públicas que nós tivemos e, hoje, mais uma vez, quero
dizer, Presidente, ex-Secretário do DEMHAB, Ver. Nelcir Tessaro, parabéns,
porque isso é o que importa: nós estarmos junto com a comunidade e com as
pessoas que mais necessitam. E este Vereador, aqui, é uma das pessoas que mais
passou trabalho. Por quê? Eu fui morador de rua, lavei carros na rua, todas as
dificuldades e, agora, eu tenho a oportunidade de defender as suas
reivindicações. Isso, sim. Eu tenho certeza absoluta, Ver. Nelcir Tessaro, de
que isso soma para a Cidade e muito. Nós devemos ir e buscar o que o povo
precisa, e não ficar lá dentro do gabinete. O gabinete não ajuda. Nós temos que
ir lá na comunidade para saber o que vocês mais precisam, porque, quando
estamos pedindo votos, nós chegamos na casa do cidadão e pedimos o voto. Então,
quero dizer para vocês que podem ter certeza absoluta de que este Vereador
sempre vai defender Vossas Excelências.
Mas também quero
dizer para vocês, irmãos, falar em Grêmio, Arena, esse é um projeto tão grande
que vocês não podem imaginar o tamanho. Isso vai desenvolver a Região. E tenho
certeza absoluta de que nós, pedindo licença ao nosso Conselheiro, o mais velho
que nós temos, o nosso Conselheiro Dib e ao Ver. Reginaldo Pujol, que é
Conselheiro do Grêmio, que são autoridades máximas, eu não tenho esse poder,
mas quero dizer para vocês que podem ter certeza absoluta de que esse
empreendimento vai dar muito emprego, vai desenvolver a Região e, mais ainda,
vocês não imaginam o que pode crescer esse Bairro. Imaginem, um Centro de
Convenções para cinco mil pessoas; Porto Alegre não tem. E vai ter aqui. Vai
ter aqui hotelaria, empreendimentos imobiliários e mais o setor do esporte.
Podem ter certeza absoluta de que, junto com este Vereador, vamos cobrar do
nosso Presidente do Grêmio que sejam beneficiados os moradores da redondeza,
para dar emprego para vocês. E tenham certeza absoluta de que este Vereador vai
cobrar, juntamente com os meus dois Conselheiros gremistas, que estão aqui, que
nós não vamos esquecer de vocês. Podem ter certeza! Um abraço a todos vocês e,
certamente, o Grêmio vai somar história nesse Bairro, aqui, vai ser campeão da
Libertadores e do Mundo! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIA (José Luís Espíndola Lopes): Gostaríamos de registrar a presença do Ver. Carlos Todeschini.
O Ver. Dr. Raul está
com a palavra.
O SR. DR. RAUL: Boa-noite. Eu também,
como os demais, quero saudar muito especialmente a presença de todos vocês
aqui, pois nós sabemos da dificuldade que vocês têm de estar aqui, fazendo um
esforço na luta da comunidade. Saudar, também, o Executivo, que está aqui
representado através do Secretário Presser, que é muito importante, que
sinaliza que, agora, o Executivo e o Legislativo vão estar realmente integrados
nestas Audiências tão bem propostas pelo nosso Presidente Nelcir Tessaro,
porque a gente sabe que, enquanto Vereadores, nós lutamos muito, assim como
militante da Saúde há 30 anos, como médico, 20 anos aqui na região. Para vocês
terem uma ideia, eu me emocionei quando a Palmira se pronunciou aqui, porque é
uma luta de muitos anos. A gente vem desenvolvendo reuniões, reuniões,
reuniões, lutando. E, como Vereador, tentando, através da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, principalmente lá na Câmara, atender às demandas de toda a
Cidade. Mas, hoje, aqui, eu me senti, não convidado, mas realmente convocado
para estar aqui junto com vocês, para rever amigos, para ver reivindicações,
para tentar colaborar e construir realmente melhorias para a Zona Norte, para o
Humaitá e Navegantes. Quando eu vinha com mais frequência aqui, as Ilhas ainda
faziam parte. Hoje em dia, eu venho com alguma frequência, pontualmente, aqui
na Região, mas estou lá permanentemente como Vereador. E as demandas que lá
chegam, a gente procura encaminhar com todo carinho e com toda clareza.
A questão da Saúde,
por exemplo, para que todos saibam, há dois anos a gente vem lutando para
trazer aqui para a região uma Unidade 24 Horas, uma UPA, Unidade de Pronto
Atendimento 24 Horas, que eu acredito que esteja sendo discutida aqui no
Conselho da Região. Então, eu fui uma das primeiras pessoas, se não a primeira
a propor ao Secretário Osmar Terra, quando surgiu esta questão, que as duas
áreas prioritárias de Porto Alegre deveriam ser aqui no Humaitá e Navegantes e
lá no Eixo da Baltazar Garcia, lá no Centro Vida, que é uma comunidade que eu
conheço muito bem. Isso já saiu do papel, já foi publicado no Diário da União, já
existe licitação. Esta questão está andando. E eu espero que o mais breve
possível esta comunidade possa ter também uma resposta importante na área da
Saúde, porque nós estamos falando de uma Unidade que deve atender de
quatrocentas a quinhentas pessoas por dia. Na realidade, é um
minipronto-socorro. O HPS, para se ter uma ideia da dimensão e
do tamanho do que está sendo proposto, atende a setecentas pessoas por dia. Eu
acho que a população tem que ver a coisa realmente acontecer, tem que estar lá,
e essas obras tem que sair do chão, não é? Não adianta um Vereador chegar aqui
e ficar dizendo que está lutando, que isso, que aquilo, que isso acaba não
batendo tão bem na população. Mas eu vou continuar nessa luta que estou há
trinta anos, e não sei quantos anos mais vou continuar nela, mas espero ver e
estar aqui junto com vocês, o mais breve possível, para que isso se constitua
numa efetiva alteração das condições de saúde, para melhor, aqui da Região.
Quero dizer que vocês sempre podem contar com este Vereador, mais do que isso,
eu sou um amigo da Região, e todas as demandas que chegam a mim, eu procuro
encaminhar, assim como todos os colegas que aqui estão. Muito obrigado por
terem me ouvido. Saúde a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O próximo inscrito é o Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente Tessaro, demais Vereadores, Verª Sofia,
representantes do Executivo, nossos cidadãos dos bairros Humaitá, Navegantes,
Vila Farrapos, demais Vilas, o nosso boa-noite. Em primeiro lugar, nós queremos
parabenizá-los por estarem aqui, dentro da “geladeira”, como disse o Ver.
Reginaldo Pujol, mas firmes e lutando pelas suas reivindicações. E nós estamos
aqui, como disseram vários Vereadores, muito mais para escutar e aproveitar a
riqueza dos detalhes que cada um de vocês nos trouxe, e que nós sabemos que é a
realidade não só daqui, mas de muitas partes desta Cidade.
Eu anotei várias
reivindicações que foram feitas pelas lideranças que aqui se pronunciaram; eu
parabenizo vocês, porque a grande maioria dessas lideranças já estão lutando,
há muito tempo, ou pelo Orçamento Participativo ou em reuniões, em audiências
públicas, que frequentam a Câmara, cobram de seus Vereadores e cobram do Executivo
e, na grande maioria das vezes, não conseguem contemplação como gostariam. Mas
vejo que, mesmo assim, essas lideranças continuam tendo a esperança, elas vêm e
lutam por melhorias, e é por isso que parabenizo a todos vocês. Nós,
Vereadores, realmente procuramos participar das comunidades, estar dentro de
cada comunidade, escutar suas lideranças, mas, muitas vezes, não conseguimos
buscar, como Vereador, pois o Vereador legisla, fiscaliza, e nós dependemos
mesmo é do Executivo. O Executivo é quem tem condições de dizer que vai fazer,
vai lá e faz. Nós podemos cobrar, assim como vocês nos cobram, e nós temos
feito isso na Câmara de Vereadores! Eu, a Verª Sofia, o Ver. Todeschini, o Ver.
Adeli, que somos Vereadores de oposição, estamos atentos e lutamos. Muitas
vezes, por sermos a minoria, temos dificuldades até mesmo de fiscalizar, como
foi o caso da Saúde citado por muitos aqui presentes: a falta de médicos,
filas, a dificuldade de atendimento, a falta de remédios nos postos e, depois,
vimos as notícias e manchetes de jornais de um desvio de quase dez milhões.
Infelizmente, o Secretário de Saúde foi morto, não se sabe se o homicídio foi
por assalto, o que houve. E nós, Vereadores de oposição, queremos, sim,
fiscalizar, investigar e sabemos que alguns Vereadores acham que não deve ser,
que deve ser fiscalizado pelo Ministério Público, pela Polícia Federal. Mas nós
queremos investigar, mas, às vezes, por sermos minoria, temos essa dificuldade
para investigar.
Vocês podem ter a
certeza de que todos nós, Vereadores, queremos o melhor da Cidade; o Executivo
quer o melhor da Cidade, mas, muitas vezes, falta ou qualidade ou gestão.
Alguns acham que foi ruim o Prefeito Fogaça sair porque vai concorrer ao
Governo do Estado, mas eu, particularmente, até gostei porque acho que ele já
estava cansado e, quem sabe, a Cidade melhora. Podem ter a certeza de que tanto
eu quanto todos os Vereadores que estão aqui estamos prontos para fiscalizar e
precisamos que vocês nos ajudem, que nos empurrem, mas queremos fiscalizar,
sim. Estamos fazendo isso e, hoje, estamos muito mais aqui para ouvi-los. Muito
obrigado e uma boa-noite a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): A próxima inscrição é a da Verª Sofia Cavedon.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Boa-noite a todos, eu
queria dizer, Presidente, que tenho certeza de que cada um de nós está
escutando com muito respeito e com muita admiração o conjunto das demandas que
vocês trouxeram aqui. E por que admiração, Ver. Brasinha, que concorda comigo?
Porque a gente vê aqui, na energia das falas, a liderança que foi criada na
luta e que reagiu à dor, à tristeza, às dificuldades, e que têm energia para
vir falar, porque aqui nós enxergamos o rosto de cada um, e já os vimos, em
muitos lugares, brigando por essa comunidade. E não é à toa, porque os
problemas são enormes, e é assustador nós vermos o retrato, na minha
opinião, do abandono da população de Porto Alegre, aqui no Humaitá. É um
abandono retratado na Saúde. Quando nós falamos que queremos CPI, não é
simplesmente para fazer oposição, é porque, de fato, há um problema grave de
gestão na Saúde, e vocês disseram, aqui, é grave, é muito grave, não dá para
aceitar que 9 milhões tenham sumido, e que as pessoas tenham que ficar na fila
noites inteiras, esperando, não dá para aceitar, nem Vereador de oposição, nem
de situação; e, infelizmente, nenhuma medida foi tomada de mudança na gestão da
Saúde, desde que esses problemas apareceram. Então a CPI é para nós cumprirmos
a nossa obrigação de forçar que haja mudanças, que haja correção de rumos, que
haja mais compromisso com o dinheiro público e com as demandas populares.
Do mesmo jeito a questão da habitação. Aqui foi
reivindicada o Minha Casa, Minha Vida, e nós temos, e o Ver. Tessaro, também,
como Presidente, questionado o Governo Municipal, porque há muito recurso para
o Minha Casa, Minha Vida, há muito recurso para a habitação popular, mas o
Governo municipal tem que ter iniciativa, tem que desburocratizar a aprovação
de projetos, tem que encontrar terreno, tem que indicar terreno, tem que
construir, com a comunidade, porque dinheiro tem para construir as moradias tão
solicitadas por esta comunidade. E eu fico assustada, porque, tendo dinheiro, o
Programa Integrado Entrada da Cidade - que não é o ambiental -, está parado! E,
aqui, quando eu escutei que ia ser liberado, e está no mesmo pé, e a comunidade
foi na audiência na Câmara, em mobilização, e nada andou, eu fico me
perguntando: mas, como? Onde está o problema da gestão que não consegue encaminhar,
tendo recurso, não consegue fazer projeto, licitar e realizar. Então, é
inaceitável!
Mas, como eu não quero só fazer a crítica, eu quero
fazer proposta, Presidente, Vereadores, sobre as escolas, eu sou da Comissão de
Educação há nove anos - é o meu tema e minha paixão - nós hoje tivemos uma
reunião de tarde, eu tenho certeza de que os Vereadores da Comissão, a Verª
Juliana, Ver. Haroldo, Ver. Tarciso, encaminharão uma reunião específica para
nós tratarmos das duas escolas que vocês estão perdendo, mas que não vão
perder, não vão perder, porque escola fechada é mais crime, mais violência,
mais morte. E aqui na Região nós visitamos escolas estaduais enquanto CECE,
elas estão superlotadas, com enturmação, com pouca estrutura física, não dá
para nós aceitarmos o fechamento de uma escola, que dirá de duas, e que dirá
numa área como é o Ensino Médio e Técnico, que é uma alternativa fundamental
aos nossos jovens.
Então, a Comissão de Educação vai fazer uma reunião
específica chamando todos os órgãos, e nós vamos lutar juntos para não
perdermos essas escolas, esse é um compromisso que eu quero assumir aqui.
E quero fazer uma proposta que nós levemos ao
Executivo, Presidente, a Câmara leve, porque acho que é mérito seu a gente dar
esse outro caráter. As audiências públicas são importantes, acho que tem que
sair para construir um olhar específico sobre a Arena, uma audiência pública,
todos os envolvidos, o Grêmio, a empresa, as Secretarias diferentes, Ver.
Brasinha, é importante para nós tratarmos só do tema, e acho que nós temos que
propor a constituição de um comitê gestor, com a participação das entidades
comunitárias, porque dá, sim, para construir uma série de contrapartidas sem
dinheiro novo, como os empregos, que vocês estão dizendo que foi feito isso ali
no Big, na Av. Assis Brasil. É possível, sim, que uma parte grande dos empregos
seja da Região, que se tenha qualificação, é possível contrapartida, cuidando a
questão dos espaços, da moradia, da cultura, porque não pode a Cidade ganhar
uma Arena linda, como nós queremos, eu também torço por isso, mas a comunidade
perder em qualidade de vida. Nós temos que ganhar todos juntos, principalmente,
a vida dos nossos cidadãos, das nossas crianças e dos nossos adolescentes.
Então, eu sugiro que nós constituamos, Ver. João
Dib, o nosso novo Líder de Governo, um comitê gestor, para fazer essa mediação
da vinda do empreendimento, da ABR, para a comunidade ser ouvida em todo o
processo, do início, meio e fim do processo de implantação, para que essa
comunidade tenha um upgrade, tenha um
avanço, e não se ressinta com as dificuldades mais ainda. Boa-noite, e parabéns
pela participação de vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Eu, em primeiro lugar, quero cumprimentar os Vereadores e Vereadoras,
senhoras e senhores, e aos integrantes do Poder Executivo que aí estão
presentes fazendo as anotações daquilo que foi dito aqui. Eu quero dizer que eu
vim aqui para ouvir, e esta Sessão Especial, para mim, é como uma audiência
pública, então, eu vim ouvir. Ouvir, sentir os anseios da coletividade, avisar
que as nossas atas, depois serão transcritas, e nós poderemos levar ao
conhecimento do Governo Municipal as solicitações aqui feitas.
Eu não vim prometer solução para os problemas, eu
vim dizer que nós vamos tentar tudo que for possível para melhorar as condições
de vida desta região; e digo com a tranquilidade de quem já interferiu nas
condições de vida de todos aqui, já sabem que eu já fiz isso. Mas não vim para
falar de mim mesmo, e sim para ouvir os anseios da coletividade, e ouvir com
atenção, e com o respeito que me merecem. A todos, eu desejo saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Paulinho Ruben Berta está
com a palavra.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Gostaria de cumprimentar, na figura do nosso Presidente da Câmara de
Vereadores, Ver. Nelcir Tessaro, a todos os Vereadores. Também gostaria de cumprimentar
o Sr. Flávio Presser, Secretário do DMAE, pelo trabalho que desenvolve; o
Presidente da UAMPA; todas as lideranças comunitárias, e os funcionários da
Câmara de Vereadores, que, até este momento, estão todos aqui trabalhando e
recebendo as informações, as reivindicações, junto conosco, para buscarmos uma
solução.
Eu, na realidade, não sou um político, eu sou um
comunitário da Zona Norte de Porto Alegre, que teve a felicidade, pelo seu
trabalho, e por pessoas que me apoiaram e que acreditaram nesse trabalho, de
chegar à Câmara de Vereadores. Acredito, sinceramente, que todo comunitário
deveria receber salário, e muito bem pago, pelo trabalho que desenvolve nas
comunidades, por quê? (Palmas.) É o comunitário que sabe onde está escorrendo o
esgoto a céu aberto; é o comunitário que sabe quem está adoentado naquela
comunidade; é o comunitário que sabe quando a fila está acontecendo no posto de
saúde. Eu acho que, realmente, nós temos uma série de dificuldades na nossa
Cidade que precisam ser vencidas, mas nós também não podemos só sair pintando
“o diabo de vermelho”, até porque, eu sou Colorado! Então, Ver. Brasinha, nós
vamos chegar na Libertadores talvez primeiro do que V. Exª; nós, colorados,
vamos estar lá.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Ver. Brasinha, V. Exª sabe, não adianta, estamos dentro da Libertadores,
vamos chegar lá.
Mas eu quero dizer o seguinte: esta Cidade também
tem que começar a comemorar o que ganhou e o que vem construindo com as suas
lideranças, com seus políticos de Partidos diferentes, mas todos com os mesmos
objetivos. E eu posso citar algumas aqui, mas eu não gostaria de entrar no
mérito, porque compactuo com a mesma ideia do Ver. João Antonio Dib, que veio
aqui para ouvir, recebermos as reivindicações e tentarmos, juntos, somar. Nós
estamos legislando na Câmara de Vereadores, não executando. Se nós tivéssemos o
poder de executar, o primeiro bairro que ficaria maravilhoso na cidade de Porto
Alegre seria onde eu morro, no conjunto residencial Rubem Berta, invadido no
dia 21 de abril de 1987. Se eu tivesse essa caneta, faria isso lá, em primeiro
lugar, e não digo que não faria nas outras regiões, faria também. Só que eu
quero dizer o seguinte: Porto Alegre começa a ganhar, e bastante, porque foi
preparada pelas administrações que vieram, nos últimos anos - Porto Alegre
começou a se preparar. O Aeroporto, o complexo do Grêmio, o Socioambiental,
quantas coisas Porto Alegre também está ganhando. Agora, nós, lideranças
comunitárias, temos que nos preparar e preparar os nossos para saber aproveitar
esses momentos. E eu quero bater palmas aqui para aquelas lideranças que
falaram em escola técnica nessa Região. O bairro Restinga ganhou, o bairro
Partenon ganhou, o bairro Humaitá tem que ganhar, o bairro Rubem Berta tem que
ganhar, porque isso qualifica, dá oportunidade aos nossos filhos, aos nossos
netos e talvez a nós mesmos de poder almejar um salário e uma qualidade de vida
melhor.
Eu não gosto muito de ouvir só choro, eu gosto de
ouvir a parceria: vamos trabalhar, vamos construir, vamos buscar. E, para eu
ganhar, não precisa o meu vizinho perder, podemos ganhar juntos, somar juntos.
Então, eu quero dizer que o Gabinete deste Vereador, na Câmara de Vereadores,
para construir, está à disposição, de portas abertas para construir parcerias e
olhar o para o futuro. Este Vereador, enquanto na Câmara de Vereadores,
continuará a ser comunitário, porque se orgulha disso e tem orgulho de
encontrar e ver aqui cada comunitário aqui defendendo a sua comunidade. Convido
esse comunitário, Ver. Brasinha, a comemorar a Libertadores com o
Internacional. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Carlos Todeschini está com
a palavra.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Boa-noite, Presidente Tessaro, em seu nome cumprimento os demais
Vereadores; boa-noite, Presser, em seu nome cumprimento o Governo presente e
também cumprimento, com um abraço afetuoso, toda a comunidade, todos amigos e
amigas que temos por aqui. Estava, até pouco tempo, em uma reunião com o
pessoal da Saúde, para tratar de um assunto relativo ao atendimento
odontológico dos postos de saúde e nas UBSs da Cidade, que estão muito
deficientes. Talvez nós tenhamos, no Brasil, o pior atendimento à saúde bucal,
o pior atendimento odontológico do Brasil, aqui nesta Cidade. E não é por falta
de recursos, porque os recursos têm vindo, em abundância, mas a exemplo das
casas, também os programas não acontecem aqui em Porto Alegre, o que é lamentável.
Se não fosse aquela ocupação que nós fizemos, Simone, naquela enchente,
possivelmente a tua comunidade ainda estaria sofrendo embaixo da água, a cada
chuva. O que, lamentavelmente, acontece na Vila Liberdade, para a qual foi
negociado e foi uma intermediação da Mesa da Câmara, que nós conseguimos
antecipar o calendário de construção das casas da Vila Dab Dab; infelizmente a
parte da Vila Liberdade não foi cumprida pelo Governo; nada. E é só ir lá, em
um dia de enchente - e eu fui, mais de uma vez, fui várias vezes -, para sentir
o drama que a comunidade da Liberdade passa.
Há poucos dias, nós aprovamos uma autorização para
que o DEP reforce a Casa de Bombas 5, da Vila Farrapos, e o sistema de
drenagem; mas isso não é o suficiente, porque o problema ali é a necessidade de
reassentamento e das obras das casas novas que têm de ser feitas. Senão, não
tem remédio, porque é aquele eterno drama de as pessoas perderem tudo,
permanentemente, passarem o flagelo, passarem as dificuldades dramáticas, e
isso sempre acontece no pior do inverno, acontece em abril, acontece em maio,
junho, julho, agosto, enfim, quando é frio, quando as pessoas mais adoecem e
mais sofrem.
Infelizmente, o dinheiro tem vindo em grande
quantidade, em abundância, por parte do Governo Federal, mas o programa de
construção das casas está muito lento. O Minha Casa, Minha Vida é o Programa
que deveria atender aos moradores de aluguel, de favor, e desde quanto tempo
isso está no Orçamento Participativo? Em 2003, 2004, e, praticamente, nada tem
andado.
Então, infelizmente, nós, Vereadores, não podemos
substituir a função do Executivo, dos gestores, dos Secretários e do Prefeito.
Esperamos que o novo Prefeito tenha mais vontade, que o novo Prefeito tenha uma
ação diferente para que essas questões sejam resolvidas, que são as grandes
questões da comunidade, o combate e o controle das enchentes; a questão da
Habitação; a questão da Segurança Pública, porque aqui é uma região também
muito vulnerável, ela tem de ter um outro tratamento, diferenciado do que teve
até agora. Há uma esperança, há uma aposta no novo Prefeito, de que as coisas
possam ser um pouquinho melhores, para que a comunidade tenha o seu direito
reconhecido, e uma vida melhor. Um abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIA (José Luís Espíndola Lopes): Convidamos, agora, o Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Sr. Ver. Nelcir Tessaro, a
fazer uso da palavra.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quero cumprimentar a todos que se fazem presentes
nesta noite, dizendo que esta Câmara cumpriu com o seu papel de vir aqui ouvir
a todos os representantes, associações, enfim, todos que representam a
comunidade da Zona Norte de Porto Alegre.
Quero agradecer ao Secretário Presser, pela
presença; à Secretária Mitsue, e, dessa forma, agradeço a todos que compõem o
Executivo, que se faz presente nesta parceria. Queremos, sim, que o Executivo
se faça presente com a Câmara de Vereadores, para que o caminho seja encurtado,
para que os problemas da Cidade sejam resolvidos.
Agradeço, também, a todos os Vereadores aqui
presentes; à nossa equipe da Ouvidoria; aos nossos funcionários, que já
trabalharam durante toda a tarde e continuam trabalhando à noite - essa
participação, esse envolvimento, é muito importante -, e, também, à nossa
imprensa, que sempre nos dá cobertura em tudo.
Ouvimos lideranças desta localidade que expressaram
as necessidades desta Região. Tive o prazer de encontrar aqui, e sempre chamo
assim, a avó do Barcelona - olhem ela abanando -, é sempre importante essa
presença, porque é assim que se faz, buscando o apoio para as suas
reivindicações, buscando até auxiliar o Executivo nas orientações. Não é só
cobrar do Executivo. Acho que a parceria que temos com a comunidade, junto com
as associações, é muito importante –, e agradeço imensamente à Cohampa, aqui
presente, que sempre está presente, e toda essa participação é muito
importante.
E quero dizer ao meu amigo Remo que, na
Presidência, sou o Presidente, e não posso opinar, não posso decidir; eu ajo
como magistrado, recebendo o que vier protocolado; não posso decidir, ou tomar
partido, numa situação ou noutra. É importante que isso fique claro.
Quero dizer, também, que a nossa ideia era realizar a reunião na ETE-Navegantes, mas não foi possível pelo espaço pequeno, e não poderíamos acomodar todas as pessoas presentes. Lá, nós teríamos 300, 400 pessoas pela proximidade, mas, aqui, ficou mais difícil. Mas quero agradecer também ao Senat, pelo belíssimo auditório, que nos proporcionou a realização desta Sessão Especial nesta Região. Sabemos das dificuldades. Tínhamos um outro local, no DC Navegantes, que ficaria bem mais longe para que a comunidade pudesse comparecer. Então, optamos por este local, e pudemos ouvir a todos os presentes. Vamos levar tudo – como o nosso Líder do Governo já manifestou – que foi tratado e reivindicado aqui para o Executivo. Assim, encaminhamos os assuntos para as Secretarias, e, depois, conseguiremos trazer o retorno para a população.
Terminando o meu tempo regimental, agradeço a
todos, dando uma boa-noite, e dizendo que não vamos parar por aqui. No mês de
maio, queremos uma outra reunião. Obrigado a todos.
(Encerra-se a Sessão às 21h18min.)
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